Entre 15 e 18 de agosto, o entorno e a Esplanada do Mineirão receberam 70 mil pessoas para a sétima etapa da temporada 2024 da Stock Car, em Belo Horizonte. Como a capital mineira não possui autódromo, para grande parte do público presente foi a primeira oportunidade de assistir ‘in loco’ a uma corrida da categoria.

A pista recebeu o nome de Circuito Toninho da Matta, em homenagem ao mineiro ícone do automobilismo brasileiro, com diversos títulos conquistados em sua trajetória e levou ao pódio Thiago Camilo, Enzo Elias e Rubens Barrichello, na corrida sprint; e Felipe Baptista, Nelson Piquet Jr. e Cacá Bueno, na principal que lotou o espaço em torno do pódio. 

A prova contou com ampla cobertura das principais mídias do Brasil e foi transmitida ao vivo pela internet. O evento reuniu grandes nomes do automobilismo brasileiro no cenário mundial, como o tetracampeão das 500 Milhas de Indianápolis, Helio Castro Neves, e o piloto de Fórmula E, Sérgio Sette Câmara Filho.

O evento gerou mais de quatro mil empregos, diretos e indiretos, além da movimentação de todos os setores da economia, especialmente da rede turística. O público teve acesso a um festival gastronômico com diversas barracas, shows musicais, como da banda Tianastácia e do ‘titã’ Nando Reis, e também atrações como roda gigante, exposição de carros históricos da Stock Car fan zone, espaço kids, pista de skate, kart e simuladores.

Mas o que o publico não viu, para que todo esse show de velocidade pudesse ser realizado? Quais os detalhes técnicos e desafios superados que possibilitaram essa corrida?

Luis Ernesto Morales, presidente da Comissão de Circuitos da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), destacou que o maior desafio na montagem e homologação de um circuito de rua é garantir a segurança. Ele ressalta que as restrições quanto à largura da pista, os pontos de ultrapassagem e a necessidade de criar chicanes são fatores cruciais para assegurar a proteção dos pilotos.

“E neste especificamente do Mineirão, o que me chamou a atenção foram as retas, pois são longas, um tempo bom de aceleração. E o desafio agora é de melhorar para o ano que vem, porque este ano tudo foi feito com base na teoria, com velocidades projetadas em função de uma telemetria, das dimensões do carro e a relação peso/potência. Para o ano que vem nós teremos um avanço por ter a realidade da prova para poder trabalhar. Será um trabalho para desenvolvermos um traçado ainda melhor. Será um novo desafio e será um resultado melhor do que o desse ano.”

'No caso específico do Mineirão, o que mais me chamou a atenção foram as longas retas, que permitem um bom tempo de aceleração. O desafio agora é aprimorar o circuito para o próximo ano. Este ano, tudo foi planejado com base em teoria, considerando velocidades projetadas a partir de telemetria, dimensões do carro e a relação peso/potência. Em 2025, poderemos avançar, já que teremos os dados reais da prova para trabalhar. Nosso objetivo será desenvolver um traçado ainda melhor. Será um novo desafio, e estou certo de que o resultado será superior ao deste ano', comemora, Morales.

Fábio Borges Greco, presidente do Conselho Técnico Desportivo Nacional (CTDN) da CBA completou, “me preocupo muito com os pilotos porque, no fundo, é como se fosse uma família. Convivemos muito mais com eles do que com nossa própria família. Então, a preocupação é com a segurança deles e é óbvio que aqui há uma preocupação adicional por ser um circuito de rua”.

Ao contrário do que alguns pensam, revela Grego, “o circuito de rua é mais seguro que um circuito de pista porque as velocidades são menores. Isso dá uma um pouco mais de tranquilidade para nós porque os próprios pilotos são mais conscientes. Eles guiam com mais consciência, se arriscam menos, então, isso ajuda muito”.

Foram seis meses de muito trabalho na regulamentação e homologação da pista e o profissional destaca satisfação no resultado. Sobre o regulamento especial da prova, Greco disse que “sempre há algumas adaptações pelo tipo de circuito, por exemplo, o tipo de classificação muda e então tudo se adapta de acordo com o que vai acontecendo”, finaliza Greco, que esteve presente em todos os dias da corrida tomando decisões, validando e colocando em prática.

Já Renan Augusto Casetta Rodrigues, diretor de prova da CBA, disse que o maior desafio de dirigir uma corrida de rua é conseguir ter imagem de todas as partes da pista, com três quilômetros de extensão e com muitas subidas e descidas aqui em Minas Gerais”.

A solução foi desenvolver uma estrutura com mais de 40 câmeras e cabeamento espalhado entre pista e área de box. Dessa forma, não houve nenhum buraco (ponto cego). Além disso, durante a semana, era preciso montar toda a estrutura, que, mais importante, fosse muito segura para os pilotos. “Claro que corrida de carro, motor esporte, é perigoso, mas nós temos que seguir as regras e deixar que eles corram com segurança. Acidentes podem acontecer, claro, mas o que não pode é negligência da nossa parte, com áreas de escape, distâncias e medidas fora do padrão FIA para que a pudéssemos homologar a pista e a prova fosse realizada”, completa Renan.

Giovanni Guerra, presidente da CBA, conta que o conjunto de esforços de pessoas empenhadas como Sérgio Sette Câmara e Emanuel Júnior, diretores do BH Stock Festival; Fernando Julianelli, CEO Vicar; Luis Ernesto Morales; Pedro Sereno; Toninho, presidente da Federação Mineira de automobilismo; Fábio Greco; Diretor de Prova; Comissários desportivos e técnicos fez acontecer essa prova. “O automobilismo foi mais forte, Deus foi mais forte e é sempre mais forte. Essa vitória é de um somatório de esforços e que a CBA honrosamente contribuiu de maneira muito consistente, no alicerce para que todo esse sucesso pudesse acontecer”, diz o presidente.

“Quero parabenizar e agradecer a todos que participaram direta ou indiretamente desta realização para que a Vicar pudesse se apresentar com seus pilotos, seus promotores, seus times, suas equipes para não só para os fãs de automobilismo de Belo Horizonte ou Minas Gerais, mas para mais de 260 países via internet, no mundo inteiro, e tudo isso, de novo, debaixo da graça de Deus!”, comemora Giovanni.

Já Fernando Julianelli, CEO da Vicar, destaca que “esse foi um trabalho de todos. Sérgio Sette Câmara e Emanuel Júnior desempenharam um papel fundamental ao mobilizar a prefeitura e o governo e também ao buscar os recursos necessários para que a corrida acontecesse. O mérito também é da equipe da Vicar, que, junto com a CBA e todos os nossos parceiros, tornou o evento possível”.

Segundo Julianelli, o contrato com Belo Horizonte é de, no mínimo, cinco anos. A equipe já está empenhada nas preparações para a próxima prova de rua, garantindo uma experiência ainda mais emocionante para o público mineiro.

Acompanhe os resultados pelo Plantão CBA.

Legendas / fotos:

Foto 1 - Fábio Greco, Sérgio Sette Câmara, Lincoln Oliveira, Emanuel Júnior, Fernando Julianelli, Vanda Camacho e Giovanni Guerra (Fábio Oliveira)

Foto 2 - No entorno do Mineirão, BH Stock Festival abre segunda metade da temporada (Duda Bairros/Stock Car)

Foto 3 - Pilotos da Stock Car conheceram o gramado do mítico Mineirão nesta sexta-feira (Duda Bairros/Stock Car)

Foto 4 - Primeira corrida da Stock Car em Belo Horizonte teve largada limpa (Marcelo Machado de MeloStock Car)

Foto 5 - Daniel Serra conquistou a primeira pole da Stock Car nas ruas de BH (Duda Bairros/Stock Car)

Foto 6 - Grande público saudou Thiago Camilo pela vitória na corrida sprint em BH (Duda Bairros/Stock Car)

Foto 7 - Jornada do fim de semana foi de desafios e grandes momentos na pista (Duda Bairros/Stock Car)

Foto 8 - Público encantou pilotos com acolhimento e enorme receptividade em BH (Marcelo Machado de Melo/Stock Car)

Foto 9 - Público no Mineirão foi o grande protagonista do fim de semana em BH (Duda Bairros/Stock Car

Foto 10 - O 'titã' Nando Reis fechou o BH Stock Festival com show na tarde de domingo (Duda Bairros/Stock Car)

Foto 11 - Belo Horizonte recebeu um evento histórico para a Stock Car Pro Series (Duda Bairros/Stock Car)

Foto 12 - Histórico: 70 mil pessoas estiveram presentes entre quinta-feira e domingo (Magnus Torquato/Stock Car)

Foto 13 – Giovanni Guerra (Fábio Oliveira)

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Autor: Assessoria de Imprensa